Subindo as escadas
vi
Como nunca antes
Enxerguei
O abismo infinito
Os mundos que se abriam ali
Abaixo de meus pés
Como nunca antes
Enxerguei
O abismo infinito
Os mundos que se abriam ali
Abaixo de meus pés
vi
Naquela rústica escada
Percebi
Quantos abismos existem
Entre o eu de outrora
E esse eu
Naquela rústica escada
Percebi
Quantos abismos existem
Entre o eu de outrora
E esse eu
estranho
de agora
Ouvia
o mar em pedras
Bater
Me encontrava ali
Estaqueada
Encarando
Bater
Me encontrava ali
Estaqueada
Encarando
ironicamente
o abismo que criei dentro de mim
o abismo que criei dentro de mim
Jamais encarei tal verdade
Jamais imaginei existir
Esse buraco
Negro
Entre um degrau aqui
E outro ali
Virei-me
O mar continuava sua revolta
Como ele as odiava
Batia com força
Pedras malditas
O impediam de prosseguir
Adentrar
A vasta terra,
Adentrar
A vasta terra,
erroneamente habitada
estranhamente destruída
esse louco
contraste
entre o que destruímos
e o que destróis
por
necessidade
Necessidade
de demonstrar
total
força
e coragem
diante
da selvageria
da construção
Essa necessidade
de povoar
conquistar
Como
me assemelhar
a
essa selvageria?
Encaro meus pés
O abismo?
Ainda ali
Não sei
Será possível?
O abismo?
Ainda ali
Não sei
Será possível?
Ultrapassá-lo?
è
Ergui meu pé
Estava cheio de areia branca
Toquei o degrau a frente
Senti-o
Integrei-o a mim
Fui ele
E ele
Foi eu
Então subi todos os outros
Ignorei-os
O abismo que eu
Havia ingenuamente criado
Fora literalmente ultrapassado
Jamais voltei ali
Aquela escada
Aquele degrau
Jamais voltei ali
É um abismo
Um abismo que
Não sei
Ser capaz de
Inibir
Uma vez mais
è
Ergui meu pé
Estava cheio de areia branca
Toquei o degrau a frente
Senti-o
Integrei-o a mim
Fui ele
E ele
Foi eu
Então subi todos os outros
Ignorei-os
O abismo que eu
Havia ingenuamente criado
Fora literalmente ultrapassado
Jamais voltei ali
Aquela escada
Aquele degrau
Jamais voltei ali
É um abismo
Um abismo que
Não sei
Ser capaz de
Inibir
Uma vez mais